Os dados do Sivep-Gripe, sistema integrado do Ministério da Saúde que revela dados sobre internações por Síndrome Respiratória Aguda Grave
(SRAG), revelam que o número de novas internações por contaminação pelo coronavírus de idosos com 90 anos ou mais caiu 20% após o início da
imunização no Brasil. No entanto, no mesmo período, o país registrou aumento de 50% de internações entre pessoas na faixa etária dos 30 aos 39
anos.
Na Bahia, mais da metade dos infectados tem menos de 40 anos. De acordo com o secretário de Saúde de Salvador, Leo Prates, 56% das
pessoas internadas com Covid-19 na capital baiana são adultos ou jovens. O secretário divulgou que o número de idosos internados em Salvador caiu
de 63% para 40% e atribui essa diminuição ao início da vacinação na cidade.
Em São Paulo, o número de mortes por Covid-19 entre idosos
de 85 a 89 anos caiu 51,3% entre janeiro e fevereiro de 2021, segundo dados da Secretaria Municipal de Saúde (SMS). Já no Rio de Janeiro, em
fevereiro, houve redução de 34% de mortes pela doença de pessoas com mais de 90 anos internadas em hospitais públicos. As internações
hospitalares nesse grupo de risco caíram 24%.
No Tocantins, não houve nenhum óbito registrado entre idosos que tomaram as duas doses
necessárias da vacina, ou seja, houve 100% de redução da mortalidade. O levantamento foi feito com dados do Centro de Informações Estratégicas
em Vigilância em Saúde do Tocantins (CIEVS-TO), Gerência de Imunização e Integra Saúde.
Para Angelina de Oliveira, especialista em
Saúde Pública, o panorama da diminuição de mortes atrelado à imunização de pessoas às quais pertencem ao grupo de risco é preliminar, mas
tudo indica que a vacina é a responsável pelo impacto positivo na pandemia, salvando vidas de pessoas com idade avançada.
Angelina, que
atua na direção da Padrão Enfermagem Salvador, acredita que os números apresentados evidenciam a eficácia dos imunizantes aplicados nos estados
brasileiros em que houve levantamento de mortes e internamentos após o início da campanha de vacinação.
O Instituto Butantan confirmou a
eficácia da CoronaVac contra casos graves e internações e pode reduzir pela metade os novos registros de contaminação que exigem algum cuidado
médico. No Reino Unido, as vacinas da Pfizer e da AstraZeneca mostraram mais de 80% de eficácia para prevenir hospitalizações.
“Nós só
veremos os números despencarem no Brasil com outras faixas etárias após a campanha de imunização da população atingir números
consideráveis”, diz Angelina. “A ampliação dos públicos depende da chegada de novas remessas de doses da vacina, no entanto, quem estiver
imunizado com as duas doses precisa continuar mantendo os cuidados de prevenção ao coronavírus”, finaliza a especialista. |